A apicultura tem se manifestado como uma aventura em nossa
vida pois, a princípio, enveredamos na atividade portando apenas o conhecimento
que decidimos buscar na literatura virtual e as conclusões oriundas de nossas
intensas discussões e decisões pré e pós práticas.
Particularmente, sempre manifestei atração pela natureza e a
prática da apicultura está intimamente relacionada com a mesma. Logo, o álibi
para a atividade já estava desenvolvido, bastando apenas uma atitude para dar início
e esta surgiu com o convite dirigido ao colega, pois já tinha observado uma
ação intrigante que me fez imaginar sobre a afinidade do colega despertando
características, inerentes a prática da apicultura, quando conservou um enxame
encontrado na área de sua residência, conseguindo desenvolvê-la em um caixote
improvisado e culminou com a colheita do mel de maneiras arcaicas, com uma
proteção inusitada composta de capacete de motociclista, luvas, camisa de manga
comprida, etc, nada profissional.
Caricatura (desenho) de colega em roupa colhendo mel no
caixote improvisado.
Após aceitar o convite,
colocamos em prática algumas decisões, entre elas, a compra de uma colmeia racional(caixa
Langstrof) para elemento de observação e comparações além de servir como matriz
de produção na carpintaria do colega. Coletamos informações sobre as medidas da
caixa de Langstrof ou caixa americana e tipo de madeira usada, na internet; compramos
um bom volume de tábuas, mas o primeiro prejuízo estava para nos atingir após
um fogo acidental na carpintaria, detectado por meu pai, rapidamente agiu e
logo foi ajudado por demais vizinhos e conhecidos, conseguindo evitar danos de
maiores proporções, mas nosso material foi atingido. Compramos mais algum
material e produzimos nossas primeiras 20 colméias que é composta de ninho,
melgueira, ambas com seus respectivos quadros, além da tampa e fundo.
Foto das primeiras caixas

Após a confecção das
caixas nos deparamos com surpresas que poderiam ter desfecho desagradável se a atenção não estivesse aguçada. Ao abrir as caixas e nos
deparar com as habitações das "sem teto" que eram as vezes atraídas pelo cheiro
da madeira apropriada, ou caixas preparadas antecipadamente com a cera
alveolada para prática da captura passiva no campo. Preparávamos as caixas antecipadamente para ganhar tempo. Porém, no dia combinado
para instalação nos deparávamos com caixas habitadas dentro da própria
carpintaria. Isto aconteceu desde o princípio, quando ainda aplicávamos os
conhecimentos teóricos preparando as caixas, fixando a cera alveolada nos quadros
dos ninhos até que tomamos a possibilidade como fato comum, agradável, mas que
poderia ser perigoso quando surpreendido abrindo uma destas caixa
inesperadamente habitada.



Entre as divesas surpresas agradáveis ou desagradáveis que
sempre nos acompanharam, uma delas foi o aviso, através de telefonema, de que a
coordenação estadual localizada em São Luis havia recebido material para instalação de 4
laboratórios de cursos de apicultura que seria desenvolvido na instituição e
para isto precisavam de justificativa plausível como por exemplo, proximidade
de polos produtores ou com potencial de produção, interesse do corpo de profissionais que
compunha o quadro docente, e para espanto das coordenações pedagógicas e
administrativas locais, eu já vinha desenvolvendo esta prática, informando na
ocasião que nós éramos o polo mais próximo da região do Paruá e que um dos
instrutores era apicultor. Após interrogado informalmente, até pelos laços de
amizade, o desconhecimento de minha parte surtiu como justificativa inaceitável à direção do CETECMA-Centro Tecnológico do Maranhão e UNIVIMA-Universidade Virtual do Maranhão, onde desenvolvia trabalho como tutor da
turma de Licenciatura em Matemática da UFSC e instrutor de matemática básica
nos laboratórios do Polo regional de Santa Inês.
Caricatura de surpresa
da direção sobre esta comunicação através de telefonema com pensamento(balão
apontando para imagem)Com a chegada do laboratório equipado com os equipamentos necessários, vestimentas de proteção, etc, tivemos uma formação sob orientações de Ruy enviado pelo CETECMA de São Luis. Logo depois, nos dedicamos ao estudo e confecção de uma apostila de apicultura para o curso que seria ofertado nestes quatro polos. Eu era o coordenador do curso e fizemos a apostila com colaboração mais intensa dos demais colegas do polo local, além dos demais polos escolhidos. As formações no CETECMA foram se tornando frequentes, até a fatalidade da extinção do Centro.
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| Uma das turmas realizando trabalho de campo. |
Haviam muitas atividades desenvolvidas na prática, desde o reconhecimento de vegetações que compõem o pasto apícola e assim fazendo o levantamento de regiões propícias à atividade, até as capturas na forma ativa e passiva, envolvendo também: coleta do mel, extração de cera de abelha, etc. O ápice de nosso curso foi a participação marcante da turma na feira da semana de ciência e tecnologia realizada no próprio campos com demonstração dos equipamentos do laboratório de apicultura, as variedades de mel apresentando tonalidades diferenciadas e uma caixa modelo habitada isolada em uma enorme caixa protegida com tela plástica verde de malha fina, muito utilizada no transporte de caixas de abelhas, disposta a uma distancia razoável permitindo a observação e conferindo segurança aos participantes.
